SER é o sopro que não se explica,
A raiz que no escuro se finca e fica.
Não é o que se diz, nem a vitrine,
É o que sobra de nós quando o tempo define
Que a pele gasta é só o mapa da estrada,
E a essência, enfim, não precisa de nada.
TER é o vício de fechar a mão,
Buscando no objeto a cura da solidão.
É empilhar o mundo em estantes vãs,
Esquecendo que as posses não garantem amanhãs.
Pois o que se tem, o vento logo consome,
Mas o que se é, permanece além do nome.
PODER é a asa ou é a corrente,
O fogo que aquece ou que queima a gente.
É o querer que se faz gesto e destino,
A força do gigante no corpo do menino.
Mas o maior poder não é o de mandar,
É o de saber cair e, ainda assim, levantar.
No fim do dia, o balanço é certeiro:
Ter é o passageiro,
Poder é o caminho,
Mas Ser...
Ser é o andarilho inteiro.
Jacytan Melo, poeta, músico e sonhador / dezembro, 20, 2025
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