O peso da escolha me veste.
Sou ponte entre dois caminhos,
Nenhum se faz manifesto,
Ambos parecem espinhos.
E no meio, eu me perco,
Entre "ir" e "ficar" sozinhos.
A mente é um tribunal vazio,
Onde o "talvez" é o juiz.
Cada "sim" carrega o frio
Daquilo que não se diz.
Cada "não" é a semente morta
De um futuro que não se refiz.
Sou moinho sem vento e sem grão,
Giro em torno de mim mesmo,
A espera pela direção
Que não chega, que é um limbo.
A dúvida é um rio lento
Que me afoga no seu mimo.
O tempo avança em silêncio,
E o que era futuro, é passado.
Na paralisia, o vencimento
Do sonho que ficou calado.
E a única certeza que resta
É a dor do não-tomado.
Jacytan Melo, poeta, músico e sonhador, dezembro, 5 2025
Curso 24h Online: Aprenda no Seu Tempo e No Seu Ritmo >
Blog das criações literárias de Jacytan Melo: versos, poesias e contos.


Comentários
Postar um comentário