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Adélia Prado e seu livro Jardim das Oliveiras

Crédito da foto: agenciabrasil.ebc.com.br

Adélia entregou uma obra que é, ao mesmo tempo, um testamento de fé e uma celebração da finitude humana.

por redação Jacytan Melo Publicações

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Recife, PE, Brasil - O livro Jardim das Oliveiras, lançado por Adélia Prado em meados de 2024 e consolidado como uma das obras mais importantes de 2025, marcou o retorno triunfal da poeta após um hiato de cerca de dez anos sem publicar poemas inéditos.

Aos 88 anos (na data do lançamento), Adélia entregou uma obra que é, ao mesmo tempo, um testamento de fé e uma celebração da finitude humana.

Aqui estão os pontos centrais para compreender esta obra:

1. O Título e o Simbolismo

O título remete diretamente ao Getsêmani, o jardim onde Jesus passou suas últimas horas de agonia e oração antes da crucificação.

- A Agonia Humana: Adélia utiliza essa metáfora não apenas no sentido religioso estrito, mas para falar da "agonia" de estar vivo, do peso da idade e da espera.

- O Sagrado no Suado: Como é típico de sua obra, o jardim não é apenas um lugar bíblico, mas pode ser o quintal de casa, onde o divino se manifesta no café coado, na planta que cresce ou na dor nas costas.

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2. Temas Principais

O livro é dividido em poemas que flutuam entre a terra (o corpo) e o céu (o espírito):

- A Finitude e a Morte: Diferente de seus livros de juventude, aqui a morte é tratada com uma intimidade quase mansa. Ela não é um susto, mas uma vizinha que se aproxima.

- O Erotismo e o Corpo: Adélia mantém sua marca registrada de unir a carne ao espírito. Mesmo na velhice, o corpo é o lugar onde a alma se expressa.

- A Memória: Há um resgate de figuras familiares e da infância em Divinópolis, transmutando lembranças em orações poéticas.

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3. Estilo Literário

Em Jardim das Oliveiras, a linguagem de Adélia está mais enxuta e precisa.

- Ela abandona adornos desnecessários para focar no "essencial do essencial".

- Os poemas são curtos, mas carregados de uma densidade filosófica que lembra os grandes místicos, como São João da Cruz, mas com o sotaque e o cheiro do interior de Minas Gerais.

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Por que a obra foi destaque em 2025?


Crédito da foto: divinews.com

O livro foi considerado pela crítica como o ápice da maturidade de Adélia Prado. Em um mundo literário muitas vezes focado no cinismo ou na ironia, Jardim das Oliveiras foi recebido como um "oásis de transcendência". A obra rendeu à autora diversas homenagens em 2025, incluindo o reconhecimento de sua importância vital para a língua portuguesa no ano em que completou 90 anos.

    Exemplo do tom da obra: "Deus é o que sobra / quando a memória falha / e o corpo se aquieta / na cadeira de balanço." (Parafraseando o estilo contido da obra).

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