Ser velho é ter a memória como jardim, Onde cada ruga é linha de um poema lido, É saber que o tempo não tem mais pressa em mim, E que o grande livro da vida foi vivido.
É carregar o olhar de quem já viu o mundo, Passar por tempestades e ver o sol voltar, Ter a paciência de um rio profundo, E a sabedoria que só os anos podem dar.
É ser árvore antiga de raízes seguras, Com a casca marcada por sóis e por chuvas, É ter voz que acalma, que ensina e que cura, E mãos que costuram histórias em luvas.
Não é só o peso branco dos cabelos, não, Nem o passo mais lento, a visão embaçada, Ser velho é ser feito de gratidão, Uma vela acesa na longa jornada.
É ver o neto correr com a mesma alegria, Que um dia, em seus próprios pés, habitou, É o descanso no porto após a ventania, Onde a paz é a única lei que restou.
Ser velho é ser ouro, é ser brasa e fulgor, Um pedaço de história que merece escuta. É a doçura final de um grande amor, A colheita mansa que a existência tributa.
Jacytan Melo. poeta, músico e sonhador. outubro/2025
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