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Poesia Alternativa Pernambucana


O asfalto de Recife tem veias, 
E o sangue é o Rio Capibaribe. 
Não é só maracatu, não é só frevo, 
É a antena do Mangue que vive. 
Plugada no caos, no caos do concreto, 
Sentindo a maré que sobe e inibe.

A poesia aqui é pedra e é areia, 
É verso torto que não tem perdão, 
É a crítica na esquina, na cadeia, 
É o grito rouco de Chico Science e Lia de Itamaracá em canção. 
É a Olinda que se esconde e revela, 
Com a ladeira em cores, sem portão.

Não é só o bico de pena e o cordel, 
É o haicai na parede de cal. 
É o cheiro de mofo, o cheiro de mel, 
O trânsito nervoso, o sinal. 
A gente veste a capa do moderno, 
Mas o lampião acende o ritual.

O poeta de cá não usa luva, 
Pega a lama, o lixo, a flor do sol. 
A linguagem é bruta, a vida é curva, 
Mas a rima encontra o seu anzol. 
É a arte de sobreviver e de sorrir, 
Enquanto o tempo gira no carrossel.

Somos o eixo, somos a brecha, 
Onde o Nordeste se encontra e se refaz. 
A poesia alternativa é a flecha, 
Que busca a paz, mas não recua jamais. 
É o verso que pulsa, que vibra, que ferve, 
No peito aberto de quem vive em paz.

Jacytan Melo, poeta, músico e sonhador, dezembro, 5 2025

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