Há caminhos que a gente inventa no mapa,
Linhas de desejo, traçadas no chão.
E há aqueles que a vida,
sem que a gente saiba,
Põe à nossa frente, sem dar opção.
Todo caminho começa na porta,
Na pausa breve antes do primeiro passo.
Um convite aberto que a alma transporta
Para o desvio incerto ou o rumo do abraço.
O mais difícil não é a longa jornada,
Mas a encruzilhada que te faz parar.
Onde a certeza é uma folha dobrada
E a bússola interna começa a falhar.
Escolhemos um, e o outro fica cego,
Cuberto de mato, coberto de ausência.
E para sempre, por mais que eu o negue,
Carrego o fantasma da outra experiência.
O caminho é feito de poeira e de passos,
De sol na nuca e de chuva na pele.
Não é a meta fria, nem o ouro dos laços,
É a coragem simples que a alma repele.
O atalho promete leveza e descanso, Mas o percurso longo ensina a verdade: Que a pressa é uma forma sutil de avanço Que rouba a beleza de cada cidade.
No fim, o caminho não leva a lugar algum,
Pois o lugar somos nós,
com o chão gasto e o vento.
O caminho é o tempo que se fez comum,
O único tesouro de cada momento.
Jacytan Melo, poeta, músico e sonhador / dezembro, 10, 2025
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