Perdoar não é apagar o que foi escrito, Nem dar razão ao erro ou ao grito. Não é fingir que a ferida nunca existiu, Ou ignorar o frio que a alma sentiu. Perdoar é, sobretudo, desatar o nó, É deixar de carregar o mundo em pó. É entender que o rancor é um fogo aceso Que queima quem o guarda, com todo o seu peso. É uma faxina interna, um novo olhar, Onde a memória para de nos machucar. A cicatriz permanece, desenha a história, Mas a dor perde o trono e a sua vitória. Não é esquecer, pois o rastro ensina, É transformar o veneno em medicina. É abrir a gaiola onde o ontem morava E libertar o cativo que em nós gritava. No fim da estrada, o perdão é o abraço Que damos na vida, retomando o passo. É o direito sagrado de seguir em frente, Limpando o futuro da sombra do ausente. Uma Breve Reflexão O perdão é um processo, raramente um evento único. Ele exige paciência com o próprio tempo de cura. Como dizia a escrito...
Blog das criações literárias de Jacytan Melo: versos, poesias e contos.