Adeus, ilusão, estou de partida!
Deixo o seu cais de vidro e fumaça,
Vou buscar o que é terra, o que é vida,
O que o tempo não quebra nem passa.
Cansei de morar em castelos de vento,
Onde a porta não tem fechadura.
Vou levar só o que é meu, o momento,
Sem o peso dessa doce amargura.
Você me deu mundos que eu quis acreditar,
Pintou de ouro o que era só lata.
Mas hoje o sol veio me despertar
Com essa luz que a mentira desata.
Não guardo rancor, nem levo bagagem,
A alma está leve, o peito está limpo.
A ilusão foi apenas paisagem,
Onde eu me perdi tentando o infinito.
Adeus, fantasia, o meu norte mudou!
Não espero o que o sonho promete.
Quem se despede do que o enganou,
Finalmente, ao destino se entrega e se mete.
Reflexão: A Porta que se Abre
Dizer adeus a uma ilusão é um dos atos mais corajosos do ser humano. Embora doa no início — pois a ilusão costuma ser confortável —, é o único caminho para encontrar algo verdadeiro. Como escreveu Fernando Pessoa: "O que é a verdade senão uma ilusão que se esqueceu que o era?"
Jacytan Melo, poeta, músico e sonhador / dezembro, 22, 2025
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