O sábado acorda e a cidade converge,
Para o templo de vidro onde o desejo emerge.
Ar condicionado, um eterno frescor,
Luzes brilhantes que ignoram o sol lá de fora.
Escadas rolantes, num balé sem cansaço,
Elevam famílias ocupando cada espaço.
O brilho das vitrines, promessas de cor,
Onde o "ter" se disfarça com todo o seu vigor.
Na Praça de Alimentação, o mundo se mistura,
Cheiro de pipoca, hambúrguer e doçura.
Gritos de crianças, risos de adolescentes,
O sábado pulsa entre bandejas e gentes.
Grupos de jovens, em desfiles casuais,
Olhares que buscam nos outros os seus iguais.
Casais de mãos dadas, sem pressa no passo,
Buscando no filme o refúgio e o abraço.
É o reino das sacolas, do plástico e do cartão,
Onde a rotina descansa da sua obrigação.
Muitos apenas olham, sonhando com o amanhã,
Enquanto o consumo tece sua teia sã.
E quando a noite chega e o cansaço domina,
O shopping se aquieta, a magia declina.
Fica a lembrança do brilho, do som e do chão,
De um sábado gasto na palma da mão.
Jacytan Melo, poeta, músico e sonhador / dezembro, 17, 2025
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