A Quarta Idade chega, sem pedir licença,
Com a pele marcada, memória em cadência.
Não é mais o vigor da terceira jornada,
É a calma da alma, a vida mais pausada.
O corpo, já cansado, pede o seu descanso,
As dores discretas, um leve avanço.
O tempo se alonga, cada dia é um dom,
Longe da correria, em doce e lento som.
Os netos cresceram, a casa está vazia,
Ficou a saudade, e a sabedoria.
Olhar para trás, o caminho percorrido,
Cada riso e lágrima, em paz compreendido.
A vista embaçada, o passo mais miúdo,
Mas o coração guarda um mundo graúdo.
De histórias vividas, lições a ensinar,
Um tesouro de afeto, pronto a compartilhar.
Há quem diga "velhice", eu digo "serenidade",
A aceitação plena da nossa fragilidade.
É tempo de tecer a última tapeçaria,
Com fios de lembrança e pura alegria.
E quando a névoa fria tentar nos alcançar,
O calor do carinho irá nos aquecer, nos guiar.
Vivendo a Quarta Idade, com fé e com arte,
Aguardando o desfecho que é a vida e faz parte.
Jacytan Melo, poeta, músico e sonhador / dezembro, 15, 2025
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