A Praça é o respiro no concreto que sufoca,
O chão de pedra onde a história se deteve.
Um pedaço de tempo que o presente toca,
Onde o sol se deita e a vida se move.
Na Praça da República, o império e a lei,
O Térreo, o Palácio, a altivez que não cala.
Onde a história do grito se faz rei,
E a brisa do Capibaribe na folhagem embala.
O Marco Zero, a imensidão que começa,
Com a rosa-dos-ventos apontando o mar.
Onde o Recife Antigo acorda na pressa,
E o passado e o futuro vêm se encontrar.
Na Praça de Casa Forte, a igreja e o sossego,
Onde a feira orgânica traz o cheiro do verde.
Onde a alma da zona norte encontra um aconchego,
E a sombra da mangueira espanta a sede.
Há bancos de ferro que guardam segredos,
Conversas fiadas e beijos roubados.
Há o cheiro de pipoca, o afeto sem medos,
Os passos cansados, mas nunca parados.
A praça é o palco da luz que se apaga,
Onde o artista de rua faz a sua prece.
É a esperança simples que o povo propaga,
O coração aberto que em toda esquina cresce.
Em cada canteiro, em cada estátua antiga,
Pulsa a memória, a beleza e a dor.
A praça é o abraço que a cidade abriga,
Onde a gente se encontra e sente o seu valor.
Jacytan Melo, poeta, músico e sonhador / dezembro, 12, 2025
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