Meu nome é ninguém
sou brasileiro, estrangeiro
em minha própria terra.
Nasci (ou apareci) pobre
negro e indigente.
Cresci entre prostitutas,
bati carteira pra sobreviver.
Sou sorridente, conto piadas
para viver e esquecer
da vida sofrida
que Deus me deu.
Sou engraçado,
engraxate de profissão,
por três décadas limpei, lustrei
sapatos de autoridades,
artistas e magnatas.
Meu nome é ninguém
mas pode me chamar de
João, Fernando, Armando,
Luiz, Antonio...
que eu atendo.
Jacytan melo, Recife, 19/dezembro/2009. Poema dedicado
ao engraxate Fernando (Chié), exercendo seu ofício há
30 anos na Praça Maciel Pinheiro, Boa Vista, Recife - PE
Comentários
Postar um comentário